sábado, 22 de janeiro de 2011

#música: TRISTEZA DO JECA - Paula Fernandes, Sérgio Reis e Renato Teixeira



Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Prá você quero contar
O meu sofrer e a minha dor
Sou igual a um sabiá
Que quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buracos
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia um barulhão

Nesta viola, canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta
Dá vontade de chorar
E o choro que vai caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Uma nova esperança


O rosto cansado e apreensivo da senhora acima remontam suas lágrimas já secas. A dona de casa Ilair Pereira de Souza, 53 anos, foi salva na enchente do Rio Preto, região serrana do Rio, por uma corda arremessada de cima de um prédio para o local de onde ela clamava por socorro. 

A imagem do salvamento é impressionante, desafiando os crentes no destino. Vejo uma clara ação sobre-humana em cada detalhe: na corda com mais de dez metros, no nó perfeitamente apertado, na atitude dos salvadores, etc.

Casas destruídas, cidades devastadas, quase 700 mortos - até agora - além de famílias esfaceladas pela perdas.

Qualquer um com sangue nas veias sensibilizou-se com tão catastrófico evento. Poxa, confesso que não aguentei sem chorar. Corpos dentro de caminhões frigoríficos, abrigos superlotados, mortos sendo velados em mesas de sinuca. Enquanto nós, abrigados e aquecidos, murmuramos pela comida requentada, milhares de pessoas comem pão mofado e bebem água de enxurrada.

Mas uma nova esperança arde em mim ao ver cenas como as de dona Ilair e da foto abaixo:


O bebê Nicolas, salvo depois de 15 horas nos escombros, retoma a atenção para as vidas que ainda precisam de ajuda. Pessoas ainda podem estar vivas debaixo de destroços. Pessoas que serão e escreverão o futuro, que se lembrarão com pesar e tristeza dos acontecimentos de janeiro de 2011.


É sofrível tudo o que aconteceu, com certeza, porém devemos lembrar que nem tudo está perdido. Ainda há esperança, e por ela foram salvos dona Ilair, o bebê Nicolas e vários outros que ficarão no anonimato, mas preservarão consigo sua nova chance de viver.