quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Na mão de Deus


Na mão de Deus, na sua mão direita,

Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita

A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.

Como criança, em lôbrega jornada,

Que a mãe leva no colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto…
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!

Antero de Quental      

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Amar é ser vulnerável



"Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa ou pessoa, e o seu coração provavelmente será partido. Se você deseja mantê-lo intacto, não dê seu coração a ninguém. 
Evite qualquer envolvimento, mantenha-o trancado com segurança no caixão do seu egoísmo. Nesse esquife seguro, escuro, imóvel, e sem ar, ele passará a ser inquebrável, impenetrável, irrecuperável... 
O único lugar onde você pode estar perfeitamente seguro dos perigos do amor é no inferno."
  
            C.S. Lewis

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vampiros: arte e lucro



Temidos, condenados e até adorados, os velhos chupadores de sangue estão ficando domesticados. Onde estão Vlad e Dr. Van Helsing, do clássico Drácula de Bram Stoker?  Ninguém sabe. Blade, do filme homônimo e Selene, de Anjos da Noite dão lugar a seres como os irmãos Salvatore, da série Vampire Diaries ou piores ainda, tal como Edward Cullen da saga Crepúsculo.
Perdoem-me os fãs, mas o que vem acontecendo com a literatura vampiresca é lamentável. É visível que os novos filme e séries ignoram a essência do "ser vampiro" para agradar uma maioria adolescente. 
É de se saber também que as influências do regime capitalista converteram música, literatutra e dramaturgia, de arte para business.
O potencial artístico sendo cada vez mais reprimido pela busca de capital, faz com que muitos artistas modernos acabem por se entregar a esse novo tipo de negócio. Não é um discurso socialista, longe disso. Apenas chamo atenção para o que vem acontecendo com nossa literatura, nossa dramaturgia.
Vampiros como víamos em filmes, livros e jogos como Castlevania desaparecem como fumaça, deixando espaço para outros, com caninos tão artificiais quanto os da figura acima.